Sobre

Missão Dimix: it's possible!

A ASSOCIAÇÃO MISSÃO DIMIX é uma associação sem fins lucrativos, que nasceu em 2016 a partir do desafio de Sónia Pessoa (Ursotigre) aos seus amigos, unidos por uma causa para criar um projeto de partilha e juntos darem as mãos  a crianças e jovens, às Principezinhas e aos Príncipezinhos de São Tomé e Príncipe

Tem desde 2017 o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD).

A Missão Dimix, tem por objeto a promoção e defesa dos Direitos Humanos, especialmente das crianças e jovens, apoio ao desenvolvimento nas áreas da Educação, Ambiente, Saúde, Igualdade. 




MISSÃO DIMIX: em seis questões.


1 O QUE É / 2 VISÃO / 3 PARA QUÊ E PARA QUEM / 4 VALORES / 5 CULTURA / 6 DESAFIO /

 


1 O que é ?


Missão de cooperação que  se dedica à implementação e realização de atividades de partilha e desenvolvimento de conhecimento de forma lúdica e criativa no caminho da educação pela arte com crianças e jovens de comunidades rurais e costeiras, maioritariamente isoladas.
A nossa missão é potenciar o poder da educação e a descoberta dos talentos de crianças e jovens.


Acreditamos que é possível partilhar educação num “espaço” onde as crianças podem “ser crianças” e onde são a grande inspiração para a criação de metodologias de aprendizagem cativantes. Os “ingredientes mágicos” são: a amizade, a terra, as cores, os animais, as plantas, o desenho, os jogos, as letras, os números, a leitura, a construção e o desenvolvimento como ser humano, através do aprender brincando, experimentando saberes e fazeres.
É através da observação e do entendimento dos seus talentos que as guiamos a descobrirem saberes importantes para a sua educação. Assim, nasceu o encanto pela leitura, através do seu gosto pelo desenho - pedagogia - “leitura desenhada” - as crianças são a chave para o desenvolvimento de pedagogias onde se aprende com alegria.


A MISSÃO DIMIX, pretende ser uma referência na educação não-formal, contribuíndo através de princípios éticos de transparência, justiça e equidade social na aprendizagem contínua, valorizando e estimulando os talentos de cada um, potenciando o futuro através do presente,
despertando-os para o respeito pelo meio ambiente, assim como para o desenvolvimento da comunidade.


“Como metodologia de uma educação pela arte, H. Read propõe a expressão livre, o jogo, a espontaneidade, a inspiração e a criação, ou seja, que numa educação em que a base seja a arte, esta deverá ser proporcionada à criança sob a forma lúdica-expressiva-criativa, de modo livre, num clima que proporcione a inspiração, motive a expressão dos sentimentos e estimule a criatividade”.


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.

Herbert Read, foi presidente da associação internacional de Educação pela Arte (INSEA) é um marco referencial com estudos no campo da arte, da sociologia e sobretudo da educação pela arte.



2 Qual a visão?


Que todas as crianças tenham acesso a experiências que lhes promovam memórias felizes da infância e que contribuam para o seu desenvolvimento humano. 
O Mundo só nos fará sorrir se as crianças crescerem felizes e equilibradas. 



3 Para quê e para quem? 


Para proporcionar atividades lúdico-educativas que potenciem a descoberta de talentos e o desenvolvimento de cidadania ativa com crianças e jovens
_ODS 4_ODS 10_ODS 5*
 


4 Os valores.


A Missão Dimix move-se sob o lema da solidariedade, integridade, responsabilidade social, interculturalidade, afectividade e harmonia, defendendo os direitos das crianças.


“(…)Contribuir para a realização do educando, através do pleno desenvolvimento da personalidade, da formação do carácter e da cidadania, preparando-o para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais, cívicos e proporcionando-lhe um equilibrado desenvolvimento físico.(…)”


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.



Acreditamos no poder da educação e do sonho para o desenvolvimento de comunidades onde pessoas, animais e ambiente se relacionam em harmonia.

A dedicação e o comprometimento é essencial para o êxito da missão e visão. Investir na educação contínua é o caminho para criarmos oportunidades e estratégias pedagógicas de construção de comunidades educativas sustentáveis onde a educação ambiental e cívica é um dos pilares importantes de união e participação de todos.

A sustentabilidade humana das atividades ou seja a apropriação é desenvolvida naturalmente, os jovens descobrem os seus talentos, contribuíndo para o seu desenvolvimento pessoal e capacitam-se nas suas escolhas dentro da comunidade de aprendizagem e nas suas escolhas profissionais.

É um desafio permanente, mas juntos em comunidade com amizade, humildade, optimismo, responsabilidade, ética, liberdade, flexibilidade e tolerância, estamos em permanente evolução, com vontade de fazer e aprender uns com os outros para o bem de todos, pessoas, animais e ambiente.
 


5 A cultura.


As nossas práticas resultam do respeito pelo meio social, pelos hábitos e costumes locais.
No trabalho comunitário e nas parcerias que estabelecemos, visamos reforçar a igualdade de género, a capacitação das crianças e jovens no seu crescimento e a cooperação com as mulheres e mães, que são frequentemente chefes de família.


Abraçamos a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas como uma orientação, um instrumento de trabalho.

• http://www.unric.org/pt.


Através de partilha de atividades transmitimos competências inspiradoras de diversas áreas: literacia do oceano, leitura, artes visuais, técnicas manuais tais como tricot para reutilização de resíduos, desporto, teatro, agricultura, educação ambiental e desenvolvimento sustentável partilhando educação não-formal.


O grande objetivo é despertar e inspirar as crianças para um conjunto de oportunidades, de expressão pessoal e do foro profissional, descobrindo caminhos para um futuro sorridente. 


Queremos ouvi-las, descobrir os seus sonhos,
inspirar caminhos, caminhar juntos no presente e vê-los a voar no futuro. 


_ODS 4 _ODS 13_ODS 14_ODS 15*



6 O Desafio?


Procuramos parceiros para desenvolvermos sinergias que possam apoiar-nos na realização das atividades  com crianças e jovens de São Tomé e Príncipe.


_ ODS 17*
+info:https://missaodimix.org/ajudar

*ODS - Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, agenda 2030 ONU.


Sobre

Onde?

Contextualização  - São Tomé e Príncipe


O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – avaliado em três dimensões da vida humana (saúde, qualidade de vida e educação) – apurado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2019), mostra que, apesar do progresso sem precedentes contra pobreza, fome e doenças, muitas sociedades continuam com sérios desafios a serem ultrapassados. Todas estas têm uma falha em comum: as desigualdades sociais e económicas. Em 2019, São Tomé e Príncipe (STP) passou do lugar 138 para 137 de 180 países no IDH*.


*O IDH é dividido em três dimensões da vida humana: saúde (aliada a longevidade), qualidade de vida (medida em rendimento nacional bruto per capita) e educação.


STP - Contexto nacional:

São Tomé e Príncipe é um pequeno estado insular localizado no Golfo da Guiné, a 350 km da costa oeste de África, com pouco menos de 1000 quilómetros quadrados, composto por duas ilhas principais (ilha de São Tomé e ilha do Príncipe) e várias ilhotas de pequena dimensão desabitadas, que chegam a ser ocupadas temporariamente por pescadores em busca de melhores oportunidades de pesca, tendo apenas população o ilhéu das Rolas.


Contexto Político: 
São Tomé e Príncipe tem funcionado nos termos de um sistema democrático multipartidário desde a sua independência em 1975.


Contexto Social: 

Em São Tomé e Príncipe existe o consenso de que a incidência da pobreza não mudou significativamente entre os dois últimos inquéritos às famílias (2000 e 2010). Estimativas recentes do Banco Mundial mostram que cerca de um terço da população vive com menos de 1,9 dólares norte-americanos por dia, e mais de dois terços da população é pobre, estando num limiar de pobreza. Áreas urbanas e distritos do sul e norte como Caué e Lembá apresentam maiores níveis de incidência de pobreza.

Tem uma taxa bruta de matrículas no ensino primário de 110%, uma esperança de vida de 66 anos, uma taxa de mortalidade de crianças até aos cinco anos de 51 por 1000 nados-vivos, acesso a uma fonte melhorada de água para 97% da população e acesso a electricidade para 60% da população.


Contexto Económico: 
São Tomé e Príncipe enfrenta dificuldades típicas de pequenos estados que afectam a sua capacidade de lidar com choques e atingir um orçamento equilibrado.
A produção agrícola declinou desde a independência em 1975 e já não é a principal alavanca de crescimento económico. Todavia, os produtos agrícolas, especialmente o cacau, constituem a maior parte das exportações do país. Além disso, o turismo é uma vantagem comparativa natural para STP e já constitui uma importante actividade económica, embora o país esteja longe de se tornar numa economia dependente do turismo.
Prevê que ocorra exploração comercial do petróleo a partir de 2020, muito poucos bens são produzidos localmente, o que faz de STP fortemente dependente de importações, incluindo petróleo para geração de energia.

Como na maioria dos países africanos a população é bastante jovem, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística INE (2014):
-    51% da população é constituída por pessoas de idades compreendidas entre os 0 e os 18 anos de idade;
-    44% têm menos de 15 anos;
-    4% da população corresponde a pessoas com 65 ou mais anos.


Deparamo-nos com condições de vida muito críticas, que têm uma grande influência na saúde e bem-estar da criança, nomeadamente no que diz respeito  à falta de  saneamento básico, água potável e electricidade que provocam grandes constrangimentos à população e com consequências que levam à dificuldade na conservação dos alimentos, problemas de saúde, falta de produtividade, acesso a informação e pobreza generalizada.


onde_contextualizacao_stp.pdf


O estudo relata que num país onde mais de 66,2% (INE 2010) da população vive abaixo da linha da pobreza, a incidência da pobreza é ainda mais elevada nas crianças, que apresentam maior vulnerabilidade relativamente à situação da proteção social do que os adultos. O estudo também indica que o nível de educação do chefe de família é o determinante mais fundamental da pobreza das crianças.

A situação delicada destas crianças é o resultado de um conjunto de problemas sociais tais como: violência doméstica; alcoolismo, desestruturação dos agregados familiares; ausência de informação materno-infantil; falta de motivação, objectivos e iniciativas, desemprego (Taxa de desemprego 13,9% - INE 2012, 59% das mulheres, muitas chefes de família).



Alfabetização nas mulheres e nos homens

-    A percentagem de alfabetizados indica que 90% das mulheres jovens em São Tomé e Príncipe são alfabetizadas, e esse estatuto da alfabetização varia moderadamente por áreas. 

-    Das mulheres que declararam que a escola primária era o seu mais alto nível de educação (e as poucas que declararam nunca ter frequentado a escola), apenas 64% foram realmente capazes de ler a frase que lhes foi mostrada. 

-    A situação, no entanto, parece estar a melhorar na medida em que 92% das mulheres jovens de 15-19 anos são alfabetizadas, contra 86% de 20-24 anos de idade. O perfil da alfabetização de homens jovens é muito semelhante ao das mulheres jovens.


Fonte: 

https://www.ine.st/index.php/p...

São Tomé e Príncipe MICS 2014, Relatório


Violência Doméstica 

No que diz respeito à violência doméstica contra mulheres e crianças podemos apontar as seguintes causas diretas tais como:

-    prática pouco contestada socialmente;

-    a violência contra as mulheres, é causa da violência contra as crianças;

-    taxa de consumo de álcool elevada.

Tais causas são consequências de:

-    destruturação familiar e poligamia;

-    taxa de dependência elevada;

-    insuficiência da rede de proteção que não oferece às mulheres a possibilidade de saírem da situação de violência;

-    ausência da lei integral sobre a infância e de tribunais especializados.


Daqui, podemos destacar três aspectos que devem ser urgentemente combatidos: 

-    violência contra crianças (que abrange abuso sexual, negligência, abandono e trabalho infantil);

-    falta de saneamento; 

-    desnutrição.


Segundo a Análise da situação das crianças e das mulheres em STP (UNICEF, dados de 2015):

As causas directas da frágil situação vivida pelas crianças e mulheres em STP:

-    Maus tratamentos, violências ou abusos graves.

-    Capacidade das famílias em garantirem as necessidades essenciais (alimentação, medicamentos) das crianças.

-    Necessidade dos rendimentos do trabalho das crianças, na sua família.

Causas subjacentes:

-    Disfuncionalidade das famílias de origem (marginalidade, problemas mentais, alcoolismo) e de vulnerabilidade socioeconómica:

      - 46,2% moram com os dois pais;

      - 12,7% não vivem com nenhum dos dois, são entregues a familiares ou a vizinhos.

-    Abandono escolar;

-    Problemas de abusos institucionais (por parte das crianças).


Fonte:  

UNICEF, 2015, Análise da Situação das Crianças e das Mulheres em São Tomé e Príncipe.





A ÁRVORE DO PROBLEMA


A árvore do problema é uma ferramenta usada no empreededorismo social que estrutura a análise de problemas, apoia a compreensão e identificação das suas causas e efeitos. Com esta ferramenta o problema é organizado em formato de árvore, as raízes são as causas e os ramos os efeitos respectivos. Desta forma representamos a realidade.







A ÁRVORE DA SOLUÇÃO







Sobre

Tudo começou... amizade...

Tudo começou numa viagem a São Tomé em Novembro de 2015. 

 A Missão Dimix nasceu da amizade com uma criança, o Dinix, o menino de sorriso tímido que caminhava no Ilhéu das Rolas a comer mangas.
A Missão Dimix nasceu no meio do MUNDO, na linha imaginária do Equador, a zero graus de latitude, num pequeno ilhéu das ilhas do chocolate, São Tomé e Príncipe. 
A Missão Dimix nasceu da amizade e do sonho antigo de criar um projecto de partilha de educação e atividades artísticas manuais e ecológicas com crianças e jovens de meios rurais isolados.


A Sónia e o Bobby conheceram o Dinix, um menino que a encantou, com o seu sorriso tímido, o encontro foi verdadeiramente inspirador! Ficaram as saudades do seu olhar, mas também a vontade de partilhar atividades com crianças como ele. Foi esta amizade que despertou tudo o que está na origem desta missão. De regresso a Lisboa, nas memórias da Sónia ficou não só o sorriso mas o nome do menino: Dimix. 

Quando mais tarde voltaram a São Tomé para o reencontrar, aperceberam-se que afinal o nome do menino que a havia inspirado não era Dimix, mas sim Dinix! Mas uma vez que o nome da missão já havia sido designado decidiu-se manter o nome DIMIX. 



MISSÃO DIMIX

"Depois de um ano a magicar a Missão Dimix, no regresso a São Tomé fomos à procura do Dimix. Concluí que era Dinix!! Mudou de aldeia, mas como quem tem boca vai a Roma e o nome do pai Eusébio não esqueci, lá o encontramos.  O pai contou-me com insatisfação que o Dinix deixou a escola, triste me deixou por já fazer parte dos números do abandono escolar que estudei. Organizámo-nos, demos a volta a desafios, o Dinix voltou a frequentar a escola. Desejo-lhe um futuro promissor."




Em 2023 o Dinix frequenta a 10ª classe :-) integra as atividades Missão Dimix, faz parte do Grupo de Proteção da Vida Marinha.






Ser Criança em São Tomé e Príncipe


A Missão Dimix dedica-se às crianças e jovens santomenses. Foram de facto, os inúmeros problemas sociais que despertaram a atenção e a vontade de fazer parte da solução no país em parceria com outras instituições locais.


Os problemas percepcionados na nossa primeira visita vão de encontro aos reportados em alguns relatórios sobre o tema. 



A Missão Dimix vê nestas conclusões uma lista de desafios e pontos de atuação que vão de encontro aos objetivos da partilha de atividades de educação não-formal com crianças e jovens, em São Tomé e Príncipe apenas frequentam a escola no período da manhã ou da tarde. 



Wilker, 16 anos




Os Direitos das Crianças


“Todas as decisões relativas a crianças, adoptadas por instituições públicas ou privadas de protecção social, por tribunais, autoridades administrativas ou orgãos legislativos, terão primacialmente em conta o interesse superior da criança.”

Artigo 3 da Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. 1989


Tendo em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a proteção e desenvolvimento harmonioso da criança, reconhecendo a importância da cooperação internacional para a melhoria das suas condições de vida em todos os países, recordamos os direitos das crianças que têm como base e fundamento os direitos à liberdade, às actividades lúdicas e sociais e o dever de serem respeitados:


“1 - Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

2 - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

3 - Direito a um nome e a uma nacionalidade.

4 - Direito a alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.

5 - Direito a educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

6 - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

7 - Direito a educação gratuita e ao lazer infantil.

8 - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

9 - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.

10 - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.”


contextualizacao_-_os_direitos_das_criancas.pdf






·     Para concluir:


- O trabalho infantil prejudica o processo educativo das crianças, expondo-as a vários tipos de riscos e ocupa o seu tempo que podia ser utilizado para atividades positivas para o seu desenvolvimento como jogar, estudar ou fazer desporto;

- As crianças em São Tomé e Príncipe têm lacunas graves em cálculo e escrita, ligados à falta de assistência pré-escolar;

- O sistema educativo tem falta de mecanismos de acompanhamento e de recuperação das crianças que desejam abandonar a escola.



Podemos confirmar que o verificamos ao desenvolvermos atividades no terreno. Bastantes são as vezes que uma boa parte das crianças apesar de mostrarem interesse em participar, não estão a usufruir das atividades devido a excesso de trabalhos domésticos encomendados pelo agregado familiar, adiantamos ainda que por vezes os familiares não estão ocupados, mas delegam as tarefas às crianças. Estes casos não ocorrem apenas ao fim-de-semana, mas também durante a semana em período escolar, acontece também a meio de uma atividade, os cuidadores interromperem para chamar as crianças para realização de tarefas.




Ana Paula, 15 anos







Durante as sessões de apoio ao estudo verificamos as dificuldades referidas acima e concluímos que se devem ao conjunto de factores mencionados, em especial a falta de estimulação do agregado familiar nos primeiros anos de vida, e ainda à quantidade de tarefas domésticas ou outros trabalhos em que as crianças são envolvidas não lhes deixando disponibilidade para participar em atividades adequadas à sua idade que apoiam ao seu desenvolvimento psíquico.







A Missão Dimix como organização que defende os direitos das crianças, pretende continuar a falar com a comunidade, respeitando os seus costumes, mas despertando à reflexão dos agregados familiares e cuidadores de pequenos gestos que podem fazer a diferença no desenvolvimento e bem-estar das crianças.





Os registos acima mostram que as crianças estão conscientes da situação, fazem parte das atividades da oficina "Dar Voz às Crianças", cujo objectivo é o desenvolvimento da cidadania ativa.




Direito ao acesso à Educação:


“Etimologicamente, educar significa trazer de dentro para fora, como quem ajuda uma semente a tornar-se flor e fruto. Isso propriamente é “educar”: criar condições favoráveis a que uma planta produza segundo a sua semente. O antónimo de Educação não é Instrução, mas sim Amestragem. Educar é fazer que cada um se desenvolva em conformidade com a sua natureza. Amestrar é conseguir que o educando se adapte e se submeta a um Leviatã a que chamamos Estado, ou Igreja, ou Economia próspera ou outra qualquer abstracção que viva à custa dos homens.” (António Jose Saraiva, 1985).


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.



OBJECTIVOS:
 
1 - Cooperação para o desenvolvimento no campo da educação não-formal;_ODS 4*
 

2 - Educação e sensibilização para o desenvolvimento sustentável;_ODS 4_ODS11*
 
3 - Continuar a estabelecer  parcerias e sinergias com entidades que desenvolvem acções para Desenvolvimento e Cooperação entre os Povos._ODS16_ODS17*



RESULTADOS ESPERADOS:


Cooperar na melhoria da leitura, compreensão, raciocínio, descoberta e desenvolvimento de talentos com crianças e jovens através do reforço das competências potenciadas em oficinas de actividades lúdico-educativas.



QUEM APOIAMOS


Crianças e jovens das comunidades:


- 680 da Roça de Água-Izé;

- 31 Aldeia Praia Lagarto;

- 10 jovens surdos - Grupo Sem Barreiras.


(Pontualmente)


- Ilhéu das Rolas,
- 31 Aldeia Praia Lagarto;

- Roça Uba Budo;

- Ribeira Afonso;

- Madalena;

- Ribeira Peixe;

- 10 jovens surdos - Grupo Sem Barreiras.






A Missão Dimix pretende apoiar as crianças e jovens respondendo aos desafios do presente, mas preparando a comunidade do futuro.


Sobre

Como? Através da Arte!

EM QUE ACREDITAMOS


A arte ao serviço da educação ambiental e do desenvolvimento comunitário.


Acreditamos que se as crianças e os jovens crescerem com ferramentas tenderão para o desenvolvimento sustentável e serão empreendedores a conduzir os seus saberes.
Para isso desenvolvemos um modelo inspirador, que incite a sonhar à descoberta de talentos e a estudar para que os seus objectivos se realizem.
Partilhamos ferramentas para que o produto dos seus saberes lhes proporcione um futuro risonho.


A Missão Dimix acredita que a arte promove oportunidades de auto-expressão, exteriorizando o mundo interior de cada um. São inúmeras as vantagens da educação artística, despertando naturezas criativas, independentemente desta visar a formação de profissionais das artes.
Desta forma, a arte apresenta-se como uma ferramenta que, a par de estimular o desenvolvimento da criatividade, cumpre objetivos educativos - a arte ao serviço do ensino, potenciando o desenvolvimento da sensibilidade estética, imaginação, espontaneidade, contribuindo para formação cultural dos indivíduos.


O mundo só nos fará sorrir se as nossas crianças crescerem felizes e equilibradas. 




” A Educação pela arte é essencialmente um movimento de renovação, num sentido de se abandonar princípios pedagógicos rígidos e preconcebidos, para compreender as crianças nas suas emoções, nos seus desejos, nos seus interesses e na sua procura da felicidade, do modo cientificamente mais correcto e eficaz.”


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.




- as crianças e a criatividade no seu desenvolvimento:


“Estimular a criatividade será também provar à criança que se confia nela, nas suas possibilidades de realização, levando-a a descobrir que a criação é mais importante que a simples execução reprodutiva. Ela própria reparará que afinal a técnica é apenas um meio para dar forma à sua imaginação criativa.”


“Devemos encarar a criação como uma necessidade biológica da criança, tal como as outras suas necessidades (respirar, comer, movimento, etc.). A vida da criança é de constante desenvolvimento, inteiramente voltada para a construção de si, e, consequentemente, para a criação constante.
Criar é mais importante que contemplar a criação alheia. A criança prefere fazer do que assistir.”

“Criatividade não significa, porém, criação de obras. É uma atitude na vida, uma capacidade para dominar qualquer situação da existência.”


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.



- as crianças e o futuro do ambiente - Pequenos grandes líderes com super poderes:


É deveras importante desenvolver atividades ecologicamente orientadas para o desenvolvimento humano que não pode acontecer sem um planeta saudável.
Incutimos nas crianças e jovens a ideia de cidadãos com capacidade de reflexão e hábeis para traçarem caminhos para um planeta ecológico e justo para todos.

A Educação pode e deve desempenhar um papel crucial na transformação necessária para sociedades ambientalmente mais sustentáveis. A Educação pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades, conceitos e ferramentas que podem ser usadas para reduzir ou acabar com práticas não sustentáveis.

Se o comportamento humano gerou uma crise ambiental é urgente partilhar com as crianças e jovens aprendizagem para superar tal desastre.



- as crianças e o futuro de São Tomé e Príncipe:


“O idealismo e a criatividade da juventude são os recursos mais importantes que um país tem.”

Ban Ki-moon. 2010.


Acreditamos que o desenvolvimento de atividades que lhes permitam desenvolver ferramentas inter-relacionais, de sentido crítico e de desenvolvimento de hábitos de estudo, disciplina e respeito pelo meio ambiente são essenciais para a compreensão do que é o desenvolvimento sustentável fomentando o seu espírito livre e empreendedor.
Para isso desenvolvemos atividades que incitem a sonhar e estudar para que os seus objectivos pessoais e colectivos se realizem e conduzam a um futuro risonho.

As crianças e jovens são os Líderes de Amanhã, acreditamos no potencial natural e humano de São Tomé e Príncipe, assim como acreditamos que se as gerações mais jovens tiverem acesso a educação de qualidade, informação e atividades extracurriculares com as quais desenvolvam o seu potencial individual e colectivo terão as ferramentas para o desenvolvimento sustentável do seu pequeno e fértil país. 

A longo prazo, a educação terá relevante impacto no nível de riqueza no país.


“As crianças representam 44,9% da população de São Tomé, são portadoras de direitos específicos e sofrem da pobreza e de privações de uma maneira claramente diferenciada dos adultos. As crianças constituem um investimento estratégico para o desenvolvimento do País.”


Fonte: UNICEF, 2015, Análise da Situação das Crianças e das Mulheres em São Tomé e Príncipe.




O que defendemos:


- os direitos das crianças e a sua felicidade:

No que diz respeito ao direito à educação defendemos três objectivos gerais da educação:


1 Desenvolvimento da Personalidade: 

- as crianças são diferentes entre si, possuem personalidades e capacidades diferentes, necessitam de uma educação diferenciada, que se adapte às suas características e necessidades diferenciadas do desenvolvimento da personalidade de cada uma em particular.


2 Progresso Social: 

- não considerado como progresso da máquina social, mas das pessoas que vivem em sociedade.


“(…) a coesão de um grupo social será tanto maior quanto mais diferentes forem as personalidades dos indivíduos que o constituem e mais diversificada for a formação de cada um. A possibilidade de cada um poder escolher a sua educação em conformidade com as suas vocações, possibilitará personalidades e formações diferenciadas e, por conseguinte, sucederá um aumento do bem estar individual e, logo, um progresso social.”


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.


3 Participação Democrática na Vida Colectiva:

O termo democracia está intimamente ligado a conceitos tais como liberdade e igualdade, sendo este um dos objectivos gerais da educação, podemos pressupor o desenvolvimento de capacidades de cooperação, interajuda, fraternidade, altruísmo entre outros, que se opõem à competição, rivalidades e lutas que limitam as liberdades e fomentam as desigualdades.


“(…) A liberdade, nestas circunstâncias, passa pela liberdade que cada indivíduo deverá ter na escolha da sua vida educacional, sem quaisquer restrições ou limitações.”


Fonte: SOUSA, Alberto, 2017,  Educação pela Arte e Artes na Educação, Edições Piaget.


Defendemos também a importância da formação específica dos jovens que tenham interesse, como futuros monitores. A formação é muito importante, pois não só os torna auto-suficientes, como lhes dá responsabilidade sobre a sua aldeia/comunidade. Um jovem com formação específica irá concerteza ser um adulto muito mais completo para poder ele transmitir a outras crianças (futuros adultos) o seu conhecimento,  importante também para enfrentar os desafios de uma cidadania activa.



A NOSSA INSPIRAÇÃO: 


EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL


“Educação não-formal qualquer actividade educativa organizada e sistemática, levada a cabo fora do quadro do sistema formal e com o fim de fornecer formas seleccionadas de educação a subgrupos específicos na população, tanto adultos como crianças”. Coombs & Ahmed, 1974



Escolas Krishnamurti


“A escola é um lugar onde se aprende sobre a totalidade e a plenitude da vida. A excelência académica é absolutamente necessária, mas uma escola inclui muito mais do que isso. É um lugar onde tanto o professor quanto o aluno exploram, não só o mundo exterior, o mundo do conhecimento, mas também seu próprio pensamento, seu próprio comportamento.” J. Krishnamurti - Escolas Krishnamurti.


A educação foi sempre uma das principais preocupações de Krishnamurti. Ele achava que se os jovens e os velhos viessem a ser despertados do seu condicionamento de nacionalidade, religião, preconceitos, medos e desejos, o que inevitavelmente leva ao conflito, eles poderiam trazer para as suas vidas uma qualidade totalmente diferente. A sua preocupação encontrou expressão na criação de escolas na Índia e no estrangeiro.


Quando Krishnamurti falou às crianças, a sua linguagem foi clara e simples. Ele explorou com eles a sua relação com a natureza e de uns com os outros, e problemas psicológicos como o medo, a autoridade, a competição, o amor e a liberdade. Para ele, as escolas eram um meio no qual as grandes questões existenciais poderiam ser exploradas numa atmosfera de liberdade e responsabilidade.

As características mais evidentes desse espírito são compartilhadas por todos nos espaçosos campi de grande beleza natural das escolas, com uma relação amigável e atenciosa entre professores e alunos; dieta vegetariana simples e saudável; salas de estar austeras, mas confortáveis; salas de aula espaçosas e convidativas; bibliotecas e laboratórios bem equipados; uma estreita relação professor-aluno e professores altamente qualificados e motivados.




O NOSSO CAMINHO


Esta iniciativa, de cariz educativo, social e cultural, propõe-se atuar através de um programa de diversas atividades, focadas no pensamento e desenvolvimento artístico, com o intuito de proporcionar a todos um conjunto de experiências, que despertem a sua natureza criativa. Pretendemos assim contribuir para o desenvolvimento harmonioso das personalidades destas crianças e jovens, criando perspetivas sociais, culturais e profissionais exponenciando a sua interação com o mundo.


A arte, pelas suas potencialidades integradoras, proporciona ao ser humano a oportunidade de desenvolver competências a longo prazo, sejam elas cognitivas (aprender a conhecer), sociais (aprender a conviver), produtivas (aprender a fazer) ou pessoais (aprender a ser), pois, há uma experiência estética viva, que favorece a inter e transdisciplinaridade, seja como disciplina numa instituição de ensino ou como tema/método numa ação transversal. (Wendell, 2010)


Após o drama da Segunda Guerra Mundial Herbert Read retoma o conceito da educação pela arte, na tentativa de aproximar a formação dos indivíduos dos ideais da paz e contribuir para a reconstrução da humanidade. Para Read, todas as faculdades de pensamento, lógica, memória, sensibilidade e intelecto, estão envolvidas nos processos artísticos e nenhum aspeto da educação fica excluído desse fenómeno.


Ele defende que a arte deveria fazer parte do ensino de forma permanente, pois tanto a educação como a arte deveriam ter como finalidade a preservação do indivíduo como ser total e das suas capacidades mentais para que, quando fosse adulto, conservasse a “unidade da consciência que é a única fonte de harmonia social e de felicidade individual”.






Equipa

Com Quem?

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES




O Dinix sem saber foi um guia do caminho chamado propósito da Sónia Pessoa (Ursotigre), um sonho antigo ganhou asas. Criar um projeto para partilhar atividades artísticas e ecológicas com crianças e jovens de meios rurais isolados.


Breve apresentação - elemento no terreno - Sónia Pessoa


A - Sónia Pessoa

Ursotigre para sempre, make-up artist noutra vida. Reconheceu as primeiras sementes da Missão Dimix, fez tudo para florescerem. Associada. Dinamizadora de atividades no terreno, responsável pela comunicação e administração... sonha com equipa!

B - Cristiano Câmara

Mergulhador e amante do Oceano desde criança na Ilha da Madeira. Artista / Restaurador do metal à madeira. Associado / Conselheiro.

C - Inês Sena

Office manager. Associada / Conselheira. Designer gráfica dos nossos materiais e relatórios anuais.

D - Carlos Müller

O grande responsável pela viagem a São Tomé e Príncipe, a viagem que deu origem à Missão Dimix.

E - Bruno Pereira

Designer. Director criativo. Artista. Músico. Impulsionador da criação da Associação Missão Dimix. Autor do nosso logotipo. Associado.

F - André Pimpão

Super Programador web - responsável voluntário pelo nosso website.

G - Bernardo Marques

Estudante de música. Associado sempre atendo à nossa ação e partilha da nossa comunicação.

H - Carlos M. Pereira

Humorista. Entre Pt e Stp dá as mãos quando pode.

I - Cristiana Fernandes

Advogada. Associada.

J - Lúcia Azevedo

Amante de gatinhos. Associada.

L - Maria Palha

Psicologa. Médicos sem fronteiras. Consultora de programas com impacto social. Conselheira no planeamento inicial.

M - Pedro Nóbrega

Fotógrafo. Autor das fotos "sorrir à Missão Dimix".

N - Richard F. Coelho

Realizador. Criativo. Autor do video de apresentação inicial.

“Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas.”